09/04/08

A arte é a mensagem. A Natureza é passado.

Segundo um teórico francês do século XIX, a arte é: "tudo aquilo que não é Natureza, ou seja, tudo o que sofre alterações pelo o Homem. E essa acção não é algo inato no Homem, pois este é também Natureza."
No século XX, Marshall Mcluhan, diz a seguinte frase: "O meio é a mensagem.". As últimas explicações levam a crer que o seu significado é: a mensagem são as mudanças sociais e culturais que o meio provoca no Homem e na Sociedade. O meio é portanto, tudo o que é criado pelo o Homem que acaba por modifica-lo.
Ora, para mim, o que Mcluhan quer dizer com meio, não é nada mais do que arte. E mais: o Homem não é Natureza, mas sim, arte. Para os mais cépticos, aqui vai a explicação, utilizando as palavras de Mcluhan: "Os media ao alterarem a Natureza, envocam em nós novas sensações. Quando as sensações mudam, o Homem muda."
Assim, o Homem torna-se arte, a partir do momento em que a arte nos modifica. Não é a Natureza a responsável pela nossa evolução, mas sim a arte.

6 comentários:

Cavaleiros Toureiros Forcados disse...

Camarada A. Cruz, esta tua teoria é de uma grande beleza! Bom, já muito discutimos sobre este tema, gostaria que fizesses uma alusão ao papel do artista dentro desta tua perpectiva. Obrigado e continuação*

Abraço, Chiquito Hernandez.

A. Cruz disse...

Um agradecimento desde já, Chiquito Hernandez, ao comentário anterior. Queria desde já deixar claro, o ponto base da teoria, que é: "A arte é tudo aquilo que é fruto da manipulação da Natureza, pelo o Homem". Deixarei a questão do Homem como sendo arte de fora.
Respondendo agora à sua questão, na minha visão, o artista é o elemento que modifica a Natureza e, como tal, cria arte. De certo que não lhe satisfaz só isto, pelo que acrescento que essa acção de modificação não é algo que ele faça inconsciente. Dito doutra forma, o artista é aquele que, de forma consciente, altera a Natureza. Como errata da teoria, quando falo do Homem inato, ficaria, então, Homem inconsciente.
Não se porduz arte, na minha visão, se o elemento que modifica a Natureza o faz de forma inconsciente.
Fico por aqui. Se houver alguma objecção ou mais questões que queira colocar, têm este espaço à disposição.

Cumprimentos
A.Cruz

Anónimo disse...

então e as pessoas que praticam a Psicografia como forma de atigirem um nivel técnico mais forte, a psicografia é o lado inconsciente a trabalhar por nós, uma especie de meditação enquanto executamos algo. (E que muita gente acha que é um espirito vindo do nada que entra dentro do individuo, mas esse pensamento é absurdo). Trata-se de uma manifestação voluntária mas inconsciente, logo a arte é tudo o que é Voluntariamente alterado pelo homem, seja consciente ou inconsciente, não?
E se eu sofrer de dupla identidade e o meu outro lado é um pintor nato? ai ja nao sei..!

Cumprimentos e mil perdoes pelo incomodo.

André Ferreira Pinto

A. Cruz disse...

Bem vindo, André Ferreira Pinto. Obrigado pela participação.
De facto é uma questão importante. A definição de Psicografia, fala-nos de um espirito que, através do Homem, pratica alguma acção. Estou também de acordo que falar de espirito aqui, não faz sentido, por isso vou entende-lo como um exercicio provocado pelo o Homem.
No entanto, discordo que a prática de Psicografia seja um acto inconsciente, segundo o que me disse. Discordo porque fala "numa espécie de meditação" e essa meditação é consciente, mesmo que a procura seja o inconsciente. Como tal, o produto é arte, porque houve um acto consciente para chegar à "técnica" desejada, a Psicografia. Logo, continuo a afirmar que a arte é uma manipulação consciente do Homem.
Mas levantou, aos meus olhos, uma questão pertinente: a manipulação da natureza pelo o Homem inconsciente. Este ponto será importante para perceber outro ponto da teoria, que fala do Homem como arte. Não vou contudo falar disso neste comentário (e peço lhe desde já desculpa por este facto). Dentro de alguns dias então, já poderei revelar, um pouco mais desenvolvida, esta parte.
Quanto à dupla identidade, não percebi a questão (se é que era uma questão) pois fala de um pintor e, persumo eu, de um outro individuo que não seja pintor. O artista, na minha opinião, não é categorizado, a não ser que falemos de profissões. Em todo o caso, cada identidade é consciente e como tal, capaz de produzir arte.
Obrigado mais uma vez pelo o comentário. Alguma objecção ou pergunta, já sabe que será respondida com o maior prazer.

Cumprimentos
A.Cruz

Anónimo disse...

Então, mas há muitas formas de arte que acontecem por acaso, aquilo que estou a dizer é que está aí a haver um equívoco, a arte é a manipulação voluntária e em alguns casos inconsciente do homem. Mas mais que consciente, é voluntária.

Obrigado pela atenção, cumprimentos

André Ferreira Pinto

A. Cruz disse...

Boa tarde, André Ferreira Pinto.
Antes de mais, gostaria de voltar ao coméntário anterior e completar o que faltou completar: O Homem como arte. Na minha opinião, a arte é inconsciente, porque por si só, não consegue produzir arte. Falo aqui em inconsciente, pelo facto de não possuir a percepção e raciocinio de si, como arte. Como tal, de novo, na minha opinião, o homem inconsciente é o homem que é arte e como tal, incapaz de produzi-la.
Mas voltando ao seu comentário. Gostaria de saber, em primeiro lugar, quais são as "muitas formas de arte que acontecem por acaso", para eu poder falar com certezas.
Em segundo lugar, acho que falamos de sinónimos, mas continuo a escolher a palavra "consciente", porque esta inclui conceitos que "voluntariamente" não possui, como: percepção e raciocinio, a noção de sentidos, de existência e da realidade exterior como meio de alcançar o conhecimento e por, de certa forma, incluir o conceito de moral. Enquanto o "voluntariamente" é uma acção de quem faz o que quer, por vontade própria e que essa acção, não é algo imposto.
Penso que para definir o artista, o homem que cria arte, a palavra "voluntariamente", peca em alguns conceitos que são importantes para a própria definição de arte.

Cumprimentos
A.Cruz